6 Dicas para conquistar Lis de Ouro e Escoteiro da Pátria (para Educadores)


A vida útil de escoteiros(as), seniores, guias, pioneiros e pioneiras as vezes é muito curta e vários deles, como bons brasileiros, acabam procrastinando sua progressão e tudo fica para última hora para receber ou tentar conseguir e conquistar, com seus próprios méritos, seus distintivos especiais. Não tem que ser assim.

Seguem aqui seis dicas úteis que acredito e me ajudaram a conquistar meu distintivo especial de Escoteiro da Pátria.

1. Estabeleça uma data limite

Todos precisam de um prazo. Caros chefes, incentive seus escoteiros, escoteiras, seniores e guias a estabelecerem prazos para etapas chaves na caminhada. Por exemplo: conquistar todas as especialidades obrigatórias para o distintivo especial com 13 anos e meio e 16 anos e meio, respectivamente. Caso seja um monitor, o chefe deve ajudar no estabelecimento dessas datas. Não sendo monitor, esse jovem deve ser ajudado ou guiado pelo próprio monitor, usando o sistema de patrulha, para estabelecer os prazos e acompanhar a progressão.
Todas as datas ser devem bem antes dos 15 e 18 anos.

2. Gerencie as expectativas e esperanças

Deseje o melhor mas planeje e esteja pronto para o pior. Esteja pronto para se algo sair errado tenha tempo de agir. Esse jovem deve ter consciência que cada passo da progressão pode e vai levar mais tempo do que ele ou ela realmente acha que realmente será.
E se caso eles ou elas completarem as etapas antes dos prazos, todos ganham. 

3. Um passo de cada vez

O caminho não será fácil e o jovem deve realmente querer chegar ao topo. Assim sendo devemos pensar e tomar um passo de cada vez. Este é um dos motivos que eles devem focar nas especialidades primeiro, para depois focar nos projetos da progressão, dessa forma não iram se sentir estressados e cheios de tarefas para completar.

4. Focar nas especialidades obrigatórias que levam mais tempo

Algumas especialidades obrigatórias por natureza podem levar mais tempo para serem conquistadas, por exemplo Primeiros Socorros. Incentive os jovens nessas especialidades “mais longas” ou “mais exigentes" em termos de tempo. Criar uma lista com a ordem das especialidades que devem ser conquistadas, pode ajudar a desenvolver uma visão (plano) melhor nesses jovens. Lembrem-se que muitas especialidades são itens também da progressão no Programa Educativo.

5. Focar a Insígnia da Modalidade

Ao estabelecer datas e prioridades das especialidades “mais longas” ou “mais exigentes" em termos de tempo, considere na lista as especialidades mínimas para a conquistar da Insígnia da Modalidade, o mais cedo possível.

6. Tenha consciência do seu papel de Educador/Chefe

Incentivo, elogios e ajuda ao longo da jornada serão sempre agradáveis para esse jovem. No entanto, ele ou ela deve seguir com as próprias pernas, o distintivo especial deve ser uma conquista do jovem e não uma facilitação do chefe. Ao facilitar demais você estará causando uma grande falha na educação desses jovens. Não faça por eles. Não trabalhe por eles mas COM ELES. Afinal de contas serão eles quem iram receber o Lis de Ouro ou Escoteiros(as) da Pátria.


Caros escoteiros, escoteiras, seniores e guias: Corra atrás do seu próprio desenvolvimento! Não aceite o fácil, trabalhe duro e faça valer o seu distintivo. Acredite, a sensação de dever cumprido e auto-confiança vão valer a pena ao no dia que receber e colocar seu distintivo na manga. 

Palavras de um Escoteiro da Pátria
Edmilson M Fonseca

Não me interessa saber...


Pouco me importa o que você faz da vida. Quero saber o que deseja alcançar e quais são seus sonhos.

Pouco me importa sua idade. Quero saber se você ousaria entrar na aventura da sua vida por um longo tempo e sem desistir.

Não me interessa saber se suas histórias são verdadeiras. Quero saber se você seria capaz de enfrentar a sua própria verdade.

Quero saber se você vê o belo mesmo nos dias sem Sol.

Quero saber se você é capaz de viver sem erros.

Não me interessa onde você trabalha e qual o valor de sua fortuna. Quero saber se você sairia de casa para ajudar crianças que precisam.

Não me interessa onde você estudou e quem foram seus professores. Quero saber se você é capaz de superar limites quando tudo mais estiver por cair.

Gostaria muito de saber se você é capaz de ficar sozinho e se realmente desfruta de si mesmo no silêncio da natureza.
Por Edmilson M Fonseca (adapto de O Convite)
Foto: Oscar Manguy - Ilha Toto - Pacífico

A Vida Útil de um Sênior ou Guia


O que acontece atualmente com o Ramo Sênior/Guia me motivou a escrever esse texto. Antes gostaria de me apresentar. Fui Escoteiro, Sênior (Escoteiro da Pátria) (1ºPB), Pioneiro (3ºPB), Assistente de Lobinho (quase fiquei louco), Assistente Escoteiro, Chefe Sênior e Diretor Técnico (1ºPB) de 1988 a 1996, talvez os melhores 8 anos que vivi. O Movimento Escoteiro mudou minha vida e me direcionou para minha profissão. Devo tudo ao Escotismo.

Nos últimos 2 anos tenho ajudado alguns grupos como instrutor, com o pouco que aprendi fora do Movimento, na minha profissão de Educador ao Ar Livre trabalhando em vários lugares do mundo. Logo que voltei, percebi a mudança no Ramo Sênior. Época que fui Sênior, nossa tropa possuía 4 patrulhas com 6 membros cada (Pat. Paraíba, Pat. Marcílio Dias, Pat. Cabo Branco e Pat. Amazonas) de 1989 a 1991 havia fila de espera para ser Sênior em nossa tropa. Os demais grupos também tinham muitos Seniores e Guias e várias patrulhas.

Ao voltar a ter contato com o Escotismo fiquei chocado com a baixa quantidade de Seniores e Guias nos grupos que frequentei e fiquei igualmente curioso querendo saber qual o motivo da evasão do Ramo. Será que não acompanhamos a evolução dos jovens brasileiros e ficamos para trás? Será que nosso programa Sênior atende a realidade do jovem Brasileiro? Será que nossos chefes estão prontos para os DESAFIOS do Ramo? Será que estamos oferecendo o que eles e elas querem?
Fácil perguntar, difícil responder.

Sabemos que como Sênior ou Guia é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta. Com isso essa fase caracteriza-se por alterações em diversos níveis - físico, mental e social - e representa para o indivíduo um processo de distanciamento de formas de comportamento e privilégios típicos da infância e de aquisição de características e competências que o capacitem a assumir os deveres e papéis sociais do adulto. Devemos atender dentro da realidade da tropa os desafios físicos, mental (cognitivo) e social, será que estamos?

O desenvolvimento cognitivo é, ao lado das mudanças corporais, uma das características mais marcantes dos seniores e guias. Esse desenvolvimento se mostra sobretudo através:
do aumento das operações mentais;
da melhora da qualidade no processamento de informações e
da modificação dos processos que geram a consciência.
Assim o seniores e guias adquirem a base cognitiva para redefinir as formas com que lida com os desafios do meio-ambiente, que se torna cada vez mais complexo, e das mudanças psicofisiológicas. As principais características desse desenvolvimento são:
Pensar em possibilidades - ou seja, o pensamento não se limita mais à realidade, mas atinge também hipóteses irreais e permite ao indivíduo gerar novas possibilidades de ação;
Pensamento abstrato - a capacidade de abstrair se desenvolve, pemitindo ao indivíduo compreender não somente conceitos abstratos, mas também estruturas complexas, sobretudo sociais, políticas, científicas, econômicas e morais;
Metacognição - o próprio pensamento é alvo de reflexão, permitindo o direcionamento consciente da atenção, a reflexão e a avaliação de pensamentos passados, abrindo assim caminho para as capacidades de autoreflexão e introspecção;
Pensamento multidimensional - o jovem torna-se capaz de levar em conta cada vez mais aspectos dos fenômenos. Essa capacidade permite ao indivíduo compreender a interdependência de fenômenos de diferentes áreas e argumentar a partir de diferentes pontos de vista;
Relativização do pensamento - o sênior e guia se torna cada vez mais capaz de compreender outros pontos de vista e sistemas de valores.

Os Desafios Físicos e as mudanças corporais já não mas são atendidas em jogos de sede, precisamos sair e ver o mundo. Acredito fielmente que devemos oferecer Desafios reais como grandes expedições autônomas e de longa duração onde o seniores e guias sejam expostas a situações reais (controladas do ponto de vista da gestão de segurança), não falo de militarismo ou sobrevivência (isso é passado). Seniores e Guias devem encarar situação onde tenham que completar Desafios Reais como por exemplo:
  • Longas expedições
  • Jornadas com uso de mapa e bússola
  • Expedições a vela/cruzeiro marítimo
  • Viagens a remo
  • Escalada em Rocha

Tomada de Decisão, Comunicação, Trabalho em Equipe e Liderança são resultados tangíveis de atividades como essas. Será que estamos oferencendo? Jamais irei esquecer do Primeiro GAS (Grande Aventura Sênior) da Paraíba em 1991 com 21 patrulhas de todo estado, onde caminhamos 40km em 3 dias passando pelas bases mais bem organizadas que já vi na minha vida de sênior. Podemos ir mais longe.
Os seniores e guias são seres Sociais. Faz parte da idade, a necessidade de sociabilidade e as redes on-line atendem o que eles querem. Atividades Sociais on-line e “off-line” devem ser incentivadas e ser parte do dia-a-dia da tropa. Precisamos ir para onde eles estão.
Apenas 3 anos. Se você parar para pensar a vida de um Sênior é curta, a minha foi. Um ano tem 52 sábados, considerando que existem recessos e feriados. Um sênior ou guia teria mais ou menos 42 a 45 sábados por ano. Multiplicado por 3 seriam apenas 125 sábado, multiplicados pela 4 horas de reunião e considerando alguns acampamentos e bivaque, a vida útil de um sênior em horas não chega nem a 700 horas. É pouco para mudar um jovem, é pouco pela experiência que o Movimento proporciona.

Ideais para aumentar sua tropa sênior/guia:
-Aumente as horas de contato, comece a reunião as 12:30h e acabe às 18h.
-Tente o escotismo de bairro, para que as patrulhas possam se reunir nas quartas de forma independente.
-Acabe com os recessos de fim de ano e férias de julho. ESCOTISMO É FEITO NAS HORAS VAGAS, recesso em Julho e Janeiro não tem o sentido pois é exatamente os meses que eles tem mais tempo livre. Considere o recesso de sua tropa as semanas de provas finais e semestrais.
-Conecte o conteúdo do seu PGA com o conteúdo do ENEM. Matérias do tipo Geografia, História, Matemática, Português, Biologia, Química e Física podem ser aprendidas dentro do conteúdo escoteiro, basta ser criativo, você vai ganhar os seniores e os pais dos seniores.
-Lembre-se que o Programa Educativo aplicado ao Ramo Sênior
concentra sua ênfase educativa no processo de autoconhecimento, aceitação e aprimoramento das características pessoais, auxiliando o jovem na formação de sua identidade e a superar os principais desafios com que se depara nessa etapa da vida.
-Pense de forma de diferente. Pensar nas unidades isoladas: sua patrulha, sua tropa e seu grupo, apenas enfraquece o NOSSO movimento. PENSE no MOVIMENTO como um todo. Ajude em acampamentos ou bivaque outras tropas seniores de outros grupos. Rivalidade entre Grupos não melhora o Escotismo, já temos inimigos demais (drogas, tv, álcool, outros movimentos de jovens, etc). Precisamos pensar em conjunto. Chefe ajudando Chefe de grupos diferentes.
-Pense na formação do caráter de Jovens Líderes.
-Realize atividades de alto nível.

Podemos mudar mais jovens! Podemos aumentar nossas tropas!
Sempre Alerta

Edmilson Montenegro Fonseca